Sustentabilidade na indústria do plástico: como superar esse desafio
O plástico é usado há anos como matéria-prima para a produção em diversos segmentos, substituindo, inclusive, outros tipos de insumos, como vidro, madeira e aço. Isso ocorre porque ele é mais leve e barato, apresenta elevada resistência mecânica e química e é 100% reciclável. No entanto, por mais que este produto faça parte do nosso convívio, vivemos um momento em que a busca pela sustentabilidade na indústria do plástico é um desafio a ser superado.
Há questões em que não há mais discussão, como no caso dos canudos descartáveis. O movimento para abolir o produto começou no Rio de Janeiro e se espalhou pelo Brasil. Hoje, mesmo em cidades onde não há lei, muitos estabelecimentos já deixaram de oferecer o item. Porém, o conceito de sustentabilidade não se resume a parar de usar canudos, especialmente quando falamos de todo um setor econômico.
As práticas sustentáveis precisam estar ligadas aos processos operacionais, garantindo que haja um comprometimento da indústria com a preservação ambiental. Por isso, a inclusão de tecnologias de ponta nos meios de produção, a otimização de processos, o implemento de inteligência no mapeamento do ciclo de vida dos produtos, o descarte adequado e a coleta seletiva de resíduos, entre outros, contribuem diretamente para promover a sustentabilidade na indústria do plástico.
Como promover a sustentabilidade na indústria do plástico
Há muitas pessoas que olham para o plástico como um vilão, mas ele não é. A indústria de polímeros passou por uma verdadeira revolução com a descoberta dos compostos termoplásticos, que são muito mais maleáveis e adaptáveis que outras matérias-primas. Hoje, eles são usados praticamente em todos os outros segmentos industriais, como automotivo, moveleiro, hospitalar, eletroeletrônico e da construção civil. O problema está em sua destinação final.
Enquanto o mercado recicla 86% da produção global de aço, 76% da de alumínio e 40% da de vidro, a reciclagem de plástico chega a apenas 4%. Levando em consideração que estamos falando de um insumo 100% reciclável e que pode ser utilizado em inúmeras ações e produtos repetidas vezes, esse número é inaceitável. A boa notícia é que essa situação pode mudar.
Listamos algumas ações para reverter essa condição e atender as demandas da sustentabilidade na indústria do plástico:
1 – Implemente a logística reversa
A Política Nacional de Resíduos Sólidos define a logística reversa como um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outro ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada.
Diante do conceito, é interessante que os fabricantes considerem investir em políticas de logísticas reversa, como a coleta de resíduos de seus produtos para encaminhamento à reciclagem e ao reuso, o que pode gerar, inclusive, economia na compra de nova matéria-prima. Essa prática acaba servindo de exemplo ao consumidor quanto à necessidade do descarte responsável.
2 – Separe e reutilize de materiais
Se há preocupação em reciclar, é necessário também cuidar da correta separação dos resíduos para garantir a qualidade e a manutenção das características do produto final. Por isso, o gerenciamento adequado desses itens e de suas concentrações é um diferencial de qualidade da indústria do plástico. Nunca esqueça de manter tudo muito bem identificado.
Além disso, é importante que cada tipo de material tenha seu espaço demarcado, por causa da diversidade de composições. Então, mantenha um local com capacidade suficiente para receber todo o refugo da fábrica, lembrando que a segregação dos materiais a serem reciclados também contribui para o melhor aproveitamento da capacidade produtiva das máquinas, já que cada material é mais adequado para um tipo de equipamento.
3 – Faça uma gestão voltada à ecoeficiência
Há um campo abrangente em termos de ecoeficiência para a indústria do plástico. Para ficar mais claro, vamos dar exemplos de algumas atividades produtivas que fazem um uso mais eficiente de recursos, o que acaba gerando uma economia de matérias-primas e insumos.
- Automação da coleta de dados e monitoramento on-line de quantidades, motivos, índices e alarmes de refugo e retrabalho, que alertam o operador e os líderes para que eles reajam rapidamente às perdas que estão ocorrendo no turno;
- Controle estatístico do processo para monitoramento de variação de peso em processo de extrusão, sopro e injeção, que alerta operadores para tendências da geração de produtos com sobrepeso;
- Automação da coleta de dados de lotes consumidos e produzidos para a rastreabilidade eletrônica da produção, agilizando a tomada de ação sobre lotes com defeito.
4 – O ciclo de vida do produto e a pegada ecológica
Fazer a mensuração e avaliação da pegada ecológica daquilo que se produz também é um caminho para adotar a sustentabilidade na indústria do plástico. Com isso, é possível conhecer o impacto ou a consequência gerada no meio ambiente a partir da fabricação de um produto.
E para fazer essa mensuração, o principal recurso é a Análise do Ciclo de vida, que possibilita que a empresa avalie o impacto ambiental total de um produto em todas as suas etapas, desde a extração de matérias-primas até a gestão de resíduos no pós-consumo.
5 – Desenvolvimento de produtos a partir do ecodesign
A adoção de estratégias de ecodesign ainda na etapa de seu desenho é uma das grandes tendências das indústria do plástico em termos de sustentabilidade. Com isso, os produtos são idealizados pensando no uso mais consciente e intensivo de recursos naturais. E também já é planejado um descarte ou reuso que gere menos impacto ambiental.
Como um ERP ajuda em todo esse processo
Toda mudança precisa de planejamento e organização. Se a sua indústria vai iniciar um processo para atender as demandas da sustentabilidade, ela vai precisar entender em que momento está, o que já tem neste sentido e o que vai precisar correr atrás. Com um bom ERP, que concentre as informações de todas as áreas da empresa, ter esse conhecimento em mãos fica muito mais fácil.
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